quinta-feira, 16 de abril de 2015

Glossário de termos da Psicopedagogia

  • Afasia: Perda da capacidade de usar ou compreender a linguagem oral. Está usualmente associada com um traumatismo ou anormalidade do sistema nervoso central. Utilizam-se várias classificações tais como afasia expressiva e receptiva, congênita e adquirida.

  • Agnosia: Consiste na deterioração da capacidade para reconhecer ou identificar objetos, pessoas, sons, formas. Uma pessoa com agnosia não tem capacidade de reconhecer objetos, como por exemplo uma caneta, pessoas familiares ou a sua própria imagem no espelho.

  • Agrafia: Impossibilidade de escrever e reproduzir os seus pensamentos por escrito. 

  • Anamnese: A anamnese é uma entrevista médica utilizada por psicólogos e médicos que possui técnicas para poder estabelecer uma avaliação e diagnóstico do indivíduo. É a base a partir da qual se pode estabelecer um tratamento ou iniciar uma psicoterapia de apoio ou outra qualquer.

  • Anomia: Impossibilidade de designar ou lembrar-se de palavras ou nomes dos objetos.

  • Atenção: A atenção é uma qualidade da percepção que funciona como uma espécie de filtro dos estímulos ambientais, avaliando quais são os mais relevantes e dotando-os de prioridade para um processamento mais profundo.

  • Cinestesia: Sensações internas (dos músculos, dos ligamentos) que informam sobre os deslocamentos no espaço dos diferentes elementos corporais. Modalidade de sensibilidade proprioceptiva que informa o cérebro sobre os movimentos dos segmentos corporais.

  • Consciência fonológica: Consciência fonológica é a capacidade de segmentar de modo consciente as palavras em suas menores unidades, em sílabas e em fonemas.

  • Coordenação viso-motora: A coordenação viso-motora está presente sempre que um movimento dos membros superiores ou inferiores ou de todo o corpo responde a um estímulo visual de forma adequada.

  • Desorientação viso espacial: Consiste na perda da habilidade de execução de tarefas visualmente guiadas, na perda da capacidade de interpretação de mapas e de localização na vizinhança ou mesmo dentro de casa.

  • Dificuldades de aprendizagem: Referida como desordem de aprendizagem ou transtorno de aprendizagem, é um tipo de desordem pela qual um indivíduo apresenta dificuldades em aprender efetivamente.

  • Disartria: Dificuldade na articulação de palavras devido a disfunções cerebrais. 
  • Discalculia: A discalculia, é a dificuldade ou a incapacidade de realizar atividades aritméticas básicas, tais como quantificação, numeração ou cálculo. A discalculia é causada por disfunção de áreas têmporo–parietais, muito compatível com o exame clínico do TDAH.

  • Disgnosia: Percepção incompleta; falsa interpretação de coisas ou fatos.

·   Disgrafia: Escrita manual extremamente pobre ou dificuldades de realização dos movimentos motores necessários à escrita. Esta condição está muitas vezes ligada a disfunções neurológicas. É uma forma de dispraxia. 

  • Dislalia: Consiste na má pronúncia das palavras, seja omitindo ou acrescentando fonemas, trocando um fonema por outro ou ainda distorcendo-os. A falha na emissão das palavras pode ainda ocorrer a nível de fonemas ou de sílabas. Assim sendo, os sintomas da Dislalia consistem em omissão, substituição ou deformação os fonemas.

  • Dislexia: Dificuldade na aprendizagem da leitura, devida a uma imaturidade nos processos auditivos, visuais e tatilcinestésicos responsáveis pela apropriação da linguagem escrita. 

  • Disortografia: Dificuldade na expressão da linguagem escrita, revelada por fraseologia incorretamente construída, normalmente associada a atrasos na compreensão e na expressão da linguagem escrita.

  • Distúrbios de aprendizagem: Designam-se crianças que apresentam dificuldades de aquisição de matéria teórica, embora apresentem inteligência normal, e não demonstrem desfavorecimento físico, emocional ou social.
    Segundo essa definição, as crianças portadoras de distúrbio de aprendizagem não são incapazes de aprender, pois os distúrbios não é uma deficiência irreversível, mas uma forma de imaturidade que requer atenção e métodos de ensino apropriados. Os distúrbios de aprendizagem não devem ser confundidos com deficiência mental.

  • Ecolalia: Imitação de palavras ou frases ditas por outra pessoa, sem a compreensão do significado da palavra. 

  • Enurese: Enurese é a micção involuntária que pode ser causada por vários fatores. Estes incluem desordens nos rins, bexiga, uretra ou falta de controle dos músculos que liberam a urina, além de ser associada com fatores neurológicos.

  • Esfíncter: Músculo que rodeia ou fecha um orifício natural. Tensionamento ou puxada dos músculos que dificulta o controle dos movimentos. 

  • Espaço–temporal: É a capacidade que o indivíduo tem de situar-se e orientar-se em relação aos objetos, às pessoas e ao seu próprio corpo em um determinado espaço.

  • Etiologia: Estudo das causas ou origens de uma conduta ou doença. 

  • Gagueira ou Tartamudez: É uma perturbação na fluência e padrão de tempo normais da fala, impróprio à idade do indivíduo, caracterizada por ocorrências comuns de um ou mais dos seguintes aspectos: Repetições ou prolongamentos frequentes de sons ou sílabas.

  • Hipercinesia: Movimento e atividade motora constante e excessiva. Também designada por hiperatividade. 

  • Hipocinesia: Ausência de uma quantidade normal de movimento. Quietude extrema. 

  • Impulsividade: Impulsividade significa dificuldade com autocontrole.

  • Lateralidade: Dominância funcional, direita ou esquerda, da mão, do olho ou do pé. Implica conhecimento dos dois lados do corpo e a capacidade de os identificar como direita e como esquerda. 

  • Linguagem tatibitate: É um distúrbio (e também de fonação) em que se conserva voluntariamente a linguagem infantil. Geralmente tem causa emocional e pode resultar em problemas psicológicos para a criança.

  • Memória: A memória é o armazenamento de informações e fatos obtidos através de experiências ouvidas ou vividas.

  • Memória cinestésica: É a capacidade da criança reter os movimentos motores necessários à realização gráfica. À medida que a criança entra em contato com o universo simbólico (leitura e escrita) vão ficando retidos em sua memória os diferentes movimentos necessários para o traçado gráfico das letras.

  • Mudez: Mudez é a condição do indivíduo incapaz de falar. Entre a condição normal, e na mudez existe uma gama de distúrbios da fala (afasias), geralmente decorrentes de transtornos do sistema nervoso central, nos centros coordenadores da compreensão e da conversão das ideias em símbolos aptos para a transmissão verbal.

  • Percepção: É o ato, efeito ou capacidade de perceber alguma coisa.

  • Problemas de aprendizagem: Uma criança com problemas de aprendizagem, pode ter um nível normal de inteligência, de acuidade visual e auditiva. É uma criança que se esforça em seguir as instruções, em concentrar-se, e portar-se bem em sua casa e na escola. Sua dificuldade está em captar, processar e dominar as tarefas e informações, e logo a desenvolvê-las posteriormente.

  • Rinolalia: Distúrbio da fonação, devido a uma alteração da ressonância das fossas nasais.

  • Ritmo: Sucessão regular dos tempos fortes e fracos em uma frase musical. Indica o valor das notas, de acordo com a intensidade e o tempo.

  • Transtorno do déficit de atenção e Hiperatividade: O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é um transtorno neurobiológico, de causas genéticas, que aparece na infância e frequentemente acompanha o indivíduo por toda a sua vida. Ele se caracteriza por sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade.

REFERÊNCIAS

BR.GUIA INFANTIL. Problemas de aprendizagem das crianças. 2015. Disponível em http://br.guiainfantil.com/aprendizagem/101-problemas-de-aprendizagem-das-criancas.html. Acesso em 16 abr.2015.

BLOGS. Doenças Neurológicas. 28 mai.2009. Disponível em http://doencasneurologicas.blogs.sapo.pt/4107.html. Acesso em 16 abr. 2015.

ENCICLOPÉDIA. Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Dificuldades_de_aprendizagem. Acesso em 16 abr. 2015.

MLS PSICOPEDAGOGIA. Disponível em http://www.mlspsicopedagogia.com/5.html#anc7.  Acesso em 16 abr. 2015.

BASTOS. Ana Carmen. Principais Distúrbios de Aprendizagem. 2009. Disponível em https://sites.google.com/site/anabastospsicopedagoga/Home/dificuldades-de-aprendizagem. Acesso em 16 abr. 2015.

ABDA. Associação Brasileira do Déficit de Atenção. Disponível em http://www.tdah.org.br/br/sobre-tdah/o-que-e-o-tdah.html. Acesso em 16 abr. 2015.

BIOMANIA. Patologia. Disponível em http://www.biomania.com.br/bio/conteudo.asp?cod=2813. Acesso em 16 abr. 2015.

BLOGS. Coordenação visomotora e espacial, lateralidade e direcionalidade para a escrita, preensão do laís. Disponível em http://ludoaprendizagem.blogspot.com.br/2013/04/coordenacao-visomotora-e-espacial.html. 2013. Acesso em 16 abr. 2015.


 







quinta-feira, 2 de abril de 2015

Burrhus Frederic Skinner

B. F. Skinner. Foto: Corbis /Stock Photos

            B. F. Skinner
O cientista do comportamento e do aprendizado!
Para o psicólogo behaviorista norte americano, a educação deve ser planejada passo a passo, de modo a obter os resultados desejados na "modelagem" do aluno.

Nenhum pensador ou cientista do século 20 levou tão longe a crença na possibilidade de controlar e moldar o comportamento humano como o norte-americano Burrhus Frederic Skinner (1904-1990). Sua obra é a expressão mais célebre do behaviorismo, corrente que dominou o pensamento e a prática da psicologia, em escolas e consultórios, até os anos 1950. 

O behaviorismo restringe seu estudo ao comportamento (behavior, em inglês), tomado como um conjunto de reações dos organismos aos estímulos externos. Seu princípio é que só é possível teorizar e agir sobre o que é cientificamente observável. Com isso, ficam descartados conceitos e categorias centrais para outras correntes teóricas, como consciência, vontade, inteligência, emoção e memória - os estados mentais ou subjetivos. 

Os adeptos do behaviorismo costumam se interessar pelo processo de aprendizado como um agente de mudança do comportamento. "Skinner revela em várias passagens a confiança no planejamento da educação, com base em uma ciência do comportamento humano, como possibilidade de evolução da cultura", diz Maria de Lourdes Bara Zanotto, professora de psicologia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.

Condicionamento operante

O conceito-chave do pensamento de Skinner é o de condicionamento operante, que ele acrescentou à noção de reflexo condicionado, formulada pelo cientista russo Ivan Pavlov. Os dois conceitos estão essencialmente ligados à fisiologia do organismo, seja animal ou humano. O reflexo condicionado é uma reação a um estímulo casual. O condicionamento operante é um mecanismo que premia uma determinada resposta de um indivíduo até ele ficar condicionado a associar a necessidade à ação. É o caso do rato faminto que, numa experiência, percebe que o acionar de uma alavanca levará ao recebimento de comida. Ele tenderá a repetir o movimento cada vez que quiser saciar sua fome. 

A diferença entre o reflexo condicionado e o condicionamento operante é que o primeiro é uma resposta a um estímulo puramente externo; e o segundo, o hábito gerado por uma ação do indivíduo. No comportamento respondente (de Pavlov), a um estímulo segue-se uma resposta. No comportamento operante (de Skinner), o ambiente é modificado e produz conseqüências que agem de novo sobre ele, alterando a probabilidade de ocorrência futura semelhante. 

O condicionamento operante é um mecanismo de aprendizagem de novo comportamento - um processo que Skinner chamou de modelagem. O instrumento fundamental de modelagem é o reforço - a conseqüência de uma ação quando ela é percebida por aquele que a pratica. Para o behaviorismo em geral, o reforço pode ser positivo (uma recompensa) ou negativo (ação que evita uma conseqüência indesejada). Skinner considerava reforço apenas as contingências de estímulo. "No condicionamento operante, um mecanismo é fortalecido no sentido de tornar uma resposta mais provável, ou melhor, mais freqüente", escreveu o cientista.

Sem livre-arbítrio

Segundo Skinner, a ciência psicológica - e também o senso comum - costumava, antes do aparecimento do behaviorismo, apelar para explicações baseadas nos estados subjetivos por causa da dificuldade de verificar as relações de condicionamento operante - ou seja, todas as circunstâncias que produzem e mantêm a maioria dos comportamentos dos seres humanos. Isso porque elas formam cadeias muito complexas, que desafiam as tentativas de análise se elas não forem baseadas em métodos rigorosos de isolamento de variáveis. 

Máquinas para fazer o aluno estudar 

A Educação foi uma das preocupações centrais de Skinner, à qual ele se dedicou com seus estudos sobre a aprendizagem e a linguagem. No livro Tecnologia do Ensino, de 1968, o cientista desenvolveu o que chamou de máquinas de aprendizagem - a organização de material didático de maneira que o aluno pudesse utilizar sozinho, recebendo estímulos à medida que avançava no conhecimento. Grande parte dos estímulos se baseava na satisfação de dar respostas corretas aos exercícios propostos. A idéia nunca chegou a ser aplicada de modo sistemático, mas influenciou procedimentos da educação norte-americana. Skinner considerava o sistema escolar um fracasso por se basear na presença obrigatória, sob pena de punição. Ele defendia que se dessem aos alunos "razões positivas" para estudar. "Para Skinner, o ensino deve ser planejado para levar o aluno a emitir comportamentos progressivamente próximos do objetivo final, sem que para isso precise cometer erros", diz Maria de Lourdes Zanotto. "A idéia é que a máquina de aprendizado se ocupe das questões factuais e deixe ao professor a tarefa fundamental de ensinar o aluno a pensar."

Biografia

Burrhus Frederic Skinner nasceu em Susquehanna, no estado norteamericano da Pensilvânia, em 1904. Criado num ambiente de disciplina severa, foi um estudante rebelde, cujos interesses, na adolescência, eram a poesia e a filosofia. Formou-se em língua inglesa na Universidade de Nova York antes de redirecionar a carreira para a psicologia, que cursou em Harvard - onde tomou contato com o behaviorismo. Em 1948, aceitou o convite para ser professor em Harvard, onde ficou até o fim da vida. Morreu em 1990, em ativa militância a favor do behaviorismo.



REFERÊNCIA